Casino Lisboense e sua importância para o cenário histórico de Portugal

Escrito por: Carla Leal, Editor e revisor | Revisado por: Ricardo Crespo, Editor e revisor
Última atualização Set 18, 2023

Os casinos em geral são espaços destinados aos jogos como bacará, blackjack, poker, roleta e outros jogos populares. Mas além de serem um local para entretenimento e espetáculos, são também um espaço destinado a encontro entre amigos e reuniões. Em Lisboa, um local se destacou, sendo um ponto de encontro entre intelectuais da época, e fazendo parte da história do nosso país.

Trata-se do Casino Lisbonense, hoje extinto, funcionava no antigo Largo da Abegoaria, que atualmente é o Largo do Bordalo Pinheiro. O local foi inaugurado em dezembro de 1857, sob o nome de Café Concerto, e logo se tornou ponto de encontro da juventude de Lisboa, que ia lá para beber, fumar e conversar mais ä vontade. Ao passar dos anos, passou a funcionar como casino, tendo o nome Casino Lisbonense.

Em 1871 ela foi palco da primeira reunião de grandes intelectuais e escritores da época, que viriam a formar a geração de 70. Em um de seus salões o grupo liderado pelo escritor Antero de Quental e José Fontana, reuniu-se para discutir sobre mudanças que achavam necessárias na política, sociedade e moral da época. Os encontros e seus desdobramentos ficaram conhecidos como as Conferências democráticas do Casino Lisbonense.

Largo da Abegoaria, onde ficava o Casino Lisbonense

Assinaram o primeiro manifesto nomes como: Augusto Soromenho, Eça de Queiroz, Guilherme Azevedo, Manuel Arriaga, Teófilo Braga e outros nomes conhecidos. Eça de Queiroz – por exemplo – foi um dos maiores escritores de Portugal, tendo em sua obra Os Maias, romance presente na maioria dos estudos portugueses e brasileiros e tido como o melhor do período realista, ocorrido no século 19. Outra obra bastante conhecida de Queiroz foi o Crime do Padre Amaro. O autor destacava-se pelo realismo de seus personagens e a crítica social que empregava em suas obras. Claro que uma figura de tamanha relevância não ficaria de fora das conferências.

Intelectuais se reuníam para trocar ideias no Casino Lisbonense, mas foram censurados

Eça e Antero de Quental se conheceram em Coimbra, quando cursavam a Universidade de mesmo nome. Antero de Quental, por sua vez, demonstrava um interesse pelas questões sociais desde 1861, quando publicou seus primeiros poemas influenciados pelo Proudhon. Mais tarde fundou o jornal A República. A primeira conferência – que teve como tema “O espírito das conferências” – , realizada a 22 de maio de 1871 foi um marco histórico, e os intelectuais queriam que Portugal se atualizasse com relação às ideias já vigentes em toda a Europa, entanto o país atrás de outros em questões filosóficas e ciências.

O contexto histórico vivia as transformações provindas de descobertas e mudanças no cenário internacional, a criação de instituições que defendiam os trabalhadores após a revolução industrial e ideias que buscavam conscientizar o povo. Antero de Quental escreveu a Teófilo Braga, falando sobre a intensão do movimento:

Temos um programa, mas não uma doutrina: somos associação, mas não igreja: isto é, liga-nos um comum espírito de racionalismo, de humanização positiva das questões morais, de independência de vistas, mas de modo nenhum impomos uns aos outros opiniões e ideias.

Nas conferências seguintes, estes foram os temas tratados: “Causas da decadência dos povos Peninsulares”, “Literatura Portuguesa”, A Literatura Nova” ou “Realismo como nova expressão da arte”e “A questão do Ensino”.

As reuniões iam bem até que foram censuradas pelo governo. As autoridades alegaram que essas reuniões tinham cunho doutrinários e atacavam instituições como a Igreja, a Monarquia e traziam ideias de República e Socialismo. O grupo não sabia, mas já vinha sendo observado desde a primeira reunião no casino, quando um comissário de polícia estava presente. Este enviava relatórios sobre os conteúdos das conversas e estas chegaram até o Governo, que achou as ideias perigosas.

A censura ocorrida naquela época manchou a reputação do marquês de Ávila e Bolama, que incluiu inclusive o fechamento das portas do casino. Portugal vivia uma fase excelente com intelectuais ao nível internacional e populares em toda a Europa. O resultado foi na contramão do esperado:  o carisma dos escritores aumentou a procura dos jovens pelos ideiais, acendendo a curiosidade e a busca por mais informações sobre o que ocorria fora do país. Rendeu também fama péssima de Ávila como um homem retrógrado, empenhado em manter Portugal em um atraso proposital, ficando atrás de França, Alemanha e outros países desenvolvidos.

Além desses encontros intelectuais, no casino eram realizados bailes e belas dançarinas se apresentavam para a juventude que frequentava o local. Dentre os nomes que fizeram espetáculos no local estava a francesa Madame Blanche e outras conhecidas da época. O casino também ficou famoso por seus bailes de máscaras. Hoje em dia pouco se fala sobre esses grandes shows. O casino passou mesmo para a história por abrigar um momento tão importante quanto as conferências.

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